sábado, 4 de novembro de 2017

SÃO FRANCISCO

CONVERSA ÍNTIMA

Meu amigo Francisquinho,
sou ainda um animal
selvagem e agressivo,
desce do alto aonde estás
e vem até aonde eu vivo.
Conversavas com os
 pássaros, peixes, leões,
conversa também comigo,
serão momentos tão bons,
Tu, me explicando o sentido
do amor e da humanidade,
eu, te contando o que sinto:
meus fracassos, minhas revoltas,
o medo que tenho, não minto,
de enfrentar a humanidade
que ao voltares ao céu
levarás mais uma graça,
pois, me tornarás tão passiva,
como a mais tranquila ovelhinha
do rebanho de Jesus.
Francisquinho, meu amigo,
vem agora, estou sozinha,
tenho a noite por abrigo,
preciso da tua luz.
Deixaste glórias, riquezas,
para seres o mais pobre
entre os pobres de Assis.
Eu sou pobre de ternura,
pobre sou de esperança,
conversa comigo meu Santo
como se eu fosse uma criança
de alma, de lírio entreaberto,
que a Tua palavra, prometo,
não se perderá no deserto.
Sei que Foste meio louco,
com ideias liberais,
dava tudo o que era Teu,
para a mágoa dos teus pais.
Dá-me agora o teu amparo,
teus exemplos e conselhos,
como amigo e doce irmão.
Não vou cair de joelhos
nem ficar em contrição,
mas sim, olhar nos Teus olhos,
segurar firme Tua mão,
e ficar junto a Ti,
meu amado Francisquinho,
até aprender contigo
a ser generosa e humilde
a fim de seguir o teu caminho.

Violeta Branca
In: Reencontro
P. 63/64

Nenhum comentário:

Postar um comentário